Mostrar mensagens com a etiqueta takis sinopoulos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta takis sinopoulos. Mostrar todas as mensagens

Doanna

Tu quebras um ramo e outro ramo
mas os cursos de água que buscaste não estão aqui.
Ainda que atravesses as pedras e as margens de sombra
não encontrarás o rio branco.
Nada mais que recifes e areia e desolação
arbustos vermelhos ao sol
rochas vermelhas e portas cerradas
e restos de ferro e madeira estendendo-se sobre a terra. Chama-os.
Eles hão-de escutar a tua voz e hão-de responder-te
com a mesma voz. Mas não se recordam já
o que buscavam quando vieram
até esta passagem sombria.

Não continues.
A poeira irá destruir-te a poeira irá cobrir-te
e tu não poderás chamá-los.
Acontecerá que nesta luz inesgotável o rio branco
não ficará à espera
nunca regressará
o rio branco
o rio branco.



Takis Sinopoulos
Selected Poems,
Wire Press - Oxus Press, 1981
Tradução de Tatiana Faia

Derrota

Com o mito da noite que lutou para viver no frio e na soberba de outra noite teremos aprendido algo.

É verdade, a porta abriu-se para a fome e para a febre. E ao teu corpo apeteceu o calor sob o mais fechado dos rostos.

Procurámos milagres e encontrámos o desespero.

O combate principiava de novo - de novo o combate tinha sido irrecuperavelmente perdido.



Takis Sinopoulos
Selected Poems,
Wire Press - Oxus Press, 1981
Tradução de Tatiana Faia

Rêve

J'étais alors sous la terre, marchant parmi les racines des arbres, les routes à l'infini, bitumées de lune blanche, mes souliers usés sur les pierres, mes mains usées sur les pierres et l'on n'entendait pas le moindre enfant réel dans ce pays de la mort à l'envers.



Takis Sinopoulos
Anthologie de la Poésie Grecque Contemporaine: 1945-2000
Gallimard, 2000
Tradução de Michel Volkovitch