sussura os nomes superlativos
estão vivos e
não é preciso gritá-los
para que amanheçam
para ti todas as sílabas são tónicas
e acentuas todas as letras com que ouves o mundo
num fogo de artifício sonoro
apenas sentes o exacerbamento das coisas a explosão nos sentidos
vês o vermelho ouves o grave sentes o fogo e o gelo
mas agora a memória inverteu os processos
investindo sobre as retinas
desfazendo as imagens de encontro ao mundo
filtrando o passado de dentro para fora
de encontro ao que restou
desta manhã
que nos fez querer queimá-lo
à chuva
como que tem esperança que algo permaneça
Tiago Araújo
Diaspositivos
Quasi edições
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saxofone baixo
o mar enrolou-se no ouvido
quando a maré vazou
restou apenas o sal nos tímpanos
a música rente à terra
no cimo dos telhados fumam-se cigarros
laranja da beata no tijolo
pode-se morrer de súbito aqui
o mofo abafado do silêncio toca
os velhos discos
e é já cinza o sal dos tímpanos
pode-se chorar aqui
de súbito
à espera que a lua arraste a maré cheia
da música rente
dos telhados se cai no mar
não basta calcar a beata é preciso afogá-la
Tiago Araújo
Diaspositivos
Quasi edições
quando a maré vazou
restou apenas o sal nos tímpanos
a música rente à terra
no cimo dos telhados fumam-se cigarros
laranja da beata no tijolo
pode-se morrer de súbito aqui
o mofo abafado do silêncio toca
os velhos discos
e é já cinza o sal dos tímpanos
pode-se chorar aqui
de súbito
à espera que a lua arraste a maré cheia
da música rente
dos telhados se cai no mar
não basta calcar a beata é preciso afogá-la
Tiago Araújo
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