Não lembras quase
o rasto do seu corpo
e contudo pesam-te
suas palavras
como o eco da derrocada
a aproximar-se.
Não existes, não és nada,
amor não imagines
onde só sombras há.
És a estrada secundária
o desvio de um dia sem pressas
para alguém que brinca
a trocar de destino
mas leva uma bússola
e volta sempre a casa.
Ana Merino
Tradução A.M.
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Carta de um náufrago
Com o consentimento da neve
caminharei devagar.
Alguém haverá à espera junto do fogo
e eu, que estarei cega pelo frio,
farei paragens breves,
sacudirei o guarda-chuva e começarei de novo.
O único segredo é não sentir-se
imensamente cheio de verdades.
Não aceitar nunca os convites
que o nevoeiro
sugere ao fazer ninho com os seus disfarces
de paisagem feliz, de grandes sonhos.
Alguém haverá que diga, perdeu-se,
alguém sairá a procurar-me,
e levará o calor de uma garrafa
onde poderei mandar-te esta mensagem.
Ana Merino
Poesia Espanhola- Anos 90
Relógio D’Água, 2000
Tradução de Joaquim Manuel Magalhães
caminharei devagar.
Alguém haverá à espera junto do fogo
e eu, que estarei cega pelo frio,
farei paragens breves,
sacudirei o guarda-chuva e começarei de novo.
O único segredo é não sentir-se
imensamente cheio de verdades.
Não aceitar nunca os convites
que o nevoeiro
sugere ao fazer ninho com os seus disfarces
de paisagem feliz, de grandes sonhos.
Alguém haverá que diga, perdeu-se,
alguém sairá a procurar-me,
e levará o calor de uma garrafa
onde poderei mandar-te esta mensagem.
Ana Merino
Poesia Espanhola- Anos 90
Relógio D’Água, 2000
Tradução de Joaquim Manuel Magalhães
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