Eu escrevia num quadro de ardósia
e nas folhas de leques apagados,
e na areia de riachos e mares,
com um patim no gelo, com um anel nos vidros,
e na casca de árvores centenárias…
E finalmente, para quem ninguém possa ignorar
que tu és amado! amado! amado! amado!,
eu assinava num arco do azul do céu.
Eu queria tanto que tudo florisse
nos séculos dos séculos! Sob os meus dedos!
E depois, com a testa sobre a mesa,
risquei todos os nomes com uma cruz.
Mas tu, nos dedos mercenários de escriba
prisioneiro! Tu, mordes-me o coração!
Nunca me traias! Para dentro do anel!
Tu ficarás para sempre na tábua das leis.
Marina Tsvetáieva
Poetas Russos
Relógio D’Água, 1995
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a carta
Assim não se esperam cartas.
Assim se espera - a carta.
Pedaço de papel
Com uma borda
De cola. Dentro - uma palavra
Apenas. Isto é tudo.
Assim não se espera o bem.
Assim se espera - o fim:
Salva de soldados,
No peito - três quartos
De chumbo. Céu vermelho.
E só. Isto é tudo.
Felicidade? E a idade?
A flor - floriu.
Quadrado no pátio:
Bocas de fuzil.
(Quadrado da carta:
Tinta, tanto!)
Para o sono da morte
Viver é bastante.
Quadrado da carta.
Marina Tsvietáieva
Nova Antologia Poesia Russa Moderna
Editora Brasiliense,1985
Tradução de Augusto de Campos
Assim se espera - a carta.
Pedaço de papel
Com uma borda
De cola. Dentro - uma palavra
Apenas. Isto é tudo.
Assim não se espera o bem.
Assim se espera - o fim:
Salva de soldados,
No peito - três quartos
De chumbo. Céu vermelho.
E só. Isto é tudo.
Felicidade? E a idade?
A flor - floriu.
Quadrado no pátio:
Bocas de fuzil.
(Quadrado da carta:
Tinta, tanto!)
Para o sono da morte
Viver é bastante.
Quadrado da carta.
Marina Tsvietáieva
Nova Antologia Poesia Russa Moderna
Editora Brasiliense,1985
Tradução de Augusto de Campos
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