As palavras não encontram o quarto.
Passam duma sala a outra embrulhadas num lençol branco,
como a louca da vila.
Falta-lhes apenas uivar.
Quero dizer, uivam como as ambulâncias
na noite de George Street.
Sofrem de insónia.
Mudam intempestivamente os canais da televisão.
Comem pão duro, de desesperadas.
Não falo do que escreve.
Eu não faço as metáforas do escrevente.
Falo das palavras e do seu exercício de nascer.
Do difícil que é vê-las chegar a um país onde as outras palavras
conduzem pela esquerda
e onde são realmente caros os abafos de lã que poderiam,
em todo o caso, protegê-las do frio.
Rogelio Guedea
Tradução A.M.
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nos céus do meu existir
nos céus do meu existir deixaste de voar. desde
manhã não te quis. desde manhã prometi que
o amor não faria feridas ou ergueria em mim
templos de amargura. prisão perpétua era teu amor
para minhas mãos. essas edificadoras. essas que se
erguem em pleno voo ou caem. as que fizeram sementeira
em ti e árvores plantaram e fogos. tu és má como
a bondade. és má como saber que alguém. de algum
modo. está sofrendo. pensar que me não tens é pensar
que vais comigo. sim. desse tamanho é minha derrota.
Rogelio Guedea
Tradução A.M.
manhã não te quis. desde manhã prometi que
o amor não faria feridas ou ergueria em mim
templos de amargura. prisão perpétua era teu amor
para minhas mãos. essas edificadoras. essas que se
erguem em pleno voo ou caem. as que fizeram sementeira
em ti e árvores plantaram e fogos. tu és má como
a bondade. és má como saber que alguém. de algum
modo. está sofrendo. pensar que me não tens é pensar
que vais comigo. sim. desse tamanho é minha derrota.
Rogelio Guedea
Tradução A.M.
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