De escuridão em escuridão

Abriste os olhos - vejo a minha escuridão viver.
Vejo-a até ao fundo:
também aí é minha e vive.

Poderá isso transpor? E transpondo acordar?
De quem é a luz que se atrela aos meus passos
para encontrar um barqueiro?



Paul Celan
Sete Rosas Mais Tarde
Livros Cotovia, 2006
Tradução de João Barrento e Y. K. Centeno

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