Nós, os homens, somos assim, abominamos
a realidade, a caverna do anonimato.
Quando as estrelas espreitam pelo colmo
do nosso telhado: não hesitamos:
deixamos para trás o barro das mulheres
e confundimos a vida com uma aventura.
As mulheres ficam à porta a chamar-nos
estúpidos. E porque nos conhecem,
temem o pior. O pior acontece,
pois nem todos somos feitos para a guerra.
Assim nos retalhamos, em combate
desigual, pois nós somos os homens,
gostamos de viagens, de jogos a doer.
A nós o medo não nos mete medo,
gostamos de ilusões. E se tudo
corre mal, se nem sorte nem valor,
morrer em campo aberto é bem melhor do que nada.
José Miguel Silva
Movimentos no Escuro
Relógio d'Água, 2004
a realidade, a caverna do anonimato.
Quando as estrelas espreitam pelo colmo
do nosso telhado: não hesitamos:
deixamos para trás o barro das mulheres
e confundimos a vida com uma aventura.
As mulheres ficam à porta a chamar-nos
estúpidos. E porque nos conhecem,
temem o pior. O pior acontece,
pois nem todos somos feitos para a guerra.
Assim nos retalhamos, em combate
desigual, pois nós somos os homens,
gostamos de viagens, de jogos a doer.
A nós o medo não nos mete medo,
gostamos de ilusões. E se tudo
corre mal, se nem sorte nem valor,
morrer em campo aberto é bem melhor do que nada.
José Miguel Silva
Movimentos no Escuro
Relógio d'Água, 2004
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