A Noite

Cá em cima anoitecera cedo. Noite diáfana,
imensa como o dia; - o olival impreciso,
as ervas, por entre o mármore, queimadas pelo sol,
o teatro nu, pendurado na encosta. Por terra,
um enorme escudo, virado ao contrário. Se chover,
vai encher-se de água; virão aí beber os pardais,
o veado, o leão, o touro, Crisótemis,
os três cães do guarda florestal e a lua.



Giánnis Ritsos
Antologia
Fora do Texto, 1993
Tradução de Custódio Magueijo

1 comentário:

Victor L. disse...

Este belo poema transmite o que pode realmente ser a noite.