Oh,
prodígio dos prodígios, o leão, o tigre, os rapazes.
E eles voavam, os irmãos do sul,
esses anjos perdidos na tenda das assombrações.
Ao fundo era a morte. E pela morte tu crescias.

Cada um quadro assim,
o rumor dos dedos, dos teus prateados anéis, de alguns
pincéis.
Um sarcófago os há-de conter, um adeus santificado sobre
o talento dos aflitos, dos malditos.

Sim, os amigos partem, elegem os covis, e o lobo espreita
com o metal das suas garras.
Desapaixonados lugares para onde eles partem, os amigos,
e devagar se apagam,
frente aos ecrãs.

Ausentes, gerando a ausência.



José Agostinho Baptista
O centro do universo
Assírio & Alvim, 1989

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