wong kar-wai

Como se perguntasse o teu
nome, e um eco de mim
respondesse
que não existes

e me apetecesse morrer
mesmo assim à tua porta.

Como se no banco de trás de um táxi
não seguisses comigo para a morte,
nem tivesses no meu colo pousada
a tua cabeça,
no teu rosto branco o batom aceso,
e o azul dos olhos como um espelho
debruçado sobre a noite
ou luz de navio perguntando por terra
mas passando ao largo.



Rui Lage
Revólver
quasi edições, 2006