Tirar a carne, toda,
até o verso ficar
com a sonora escuridão do osso.
E o osso desbastá-lo, poli-lo, aguçá-lo
até converter-se em agulha tão fina,
que perfure a língua sem dor,
apesar de o sangue entupir a garganta.
Francisco Hernández
Tradução A.M.
2 comentários:
Grande poema. Aliás, como quase todas as traduções escolhidas.
(Só um pequeno reparo - certamente foi distracção -: "poli-lo" e não "puli-lo".)
Cumprimentos.
corrigido.
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