Na lista dos teus fins venho no fim
de uma página nunca publicada,
e é justo que assim seja. Embora saiba
mexer palavras, e doer de frente,
e tenha esse talento conhecido
de acordar de manhã, dormir à noite,
e ser, o dia todo, como gente,
nunca curei, como previa, a lepra,
nem decifrei o delicado enigma
da letra morta que nos antecede.
Por muito te querer, talvez pudesses
dar me um lugar qualquer mais adiante,
despir te de pudor por um instante
e deixá-lo cobrir-me como um manto.
António Franco Alexandre
Aracne
Assírio & Alvim
1 comentário:
Gostei deste e do outro também.
Deve ser um livro com interesse.
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