Todos estão calados agora. O desalento,
que de repente se seguiu ao comentário
dessa dúvida, persiste como pressentimento.
O irmão percorre as notícias do diário
que está sobre a mesa. A avó adormeceu
e os outros aguardam de ouvido atento
aos ruídos de fora, e mal se ouve um ruído
cravam-se na porta os olhares ansiosos.
O silêncio torna-se cada vez mais incómodo,
uma frase que começa traduz-se num gesto
de impaciência. O espinho da preocupação!
E quando o velho entra, depois de sair um instante,
todos os olhares lhe recaem no semblante
e há uma temerosa, longa interrogação.
Evaristo Carriego
Tradução A.M.
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