Regras do Jogo

Vamos ensaiar a farsa outra vez
os papéis estão sabidos felizmente
que não há mais para dizer
a peça é a mesma de sempre

Os mesmos passos de sempre
até aqui e mais não
os mesmos olhares de sempre
num rosto de outra expressão

As mesmas queixas de sempre
que uma outra boca mente
sempre o mesmo afundamento
num fundo sempre diferente

As mesmas flores de sempre
no primeiro acto para mim
no fim como sempre lágrimas
frescas: desta vez por ti.


Ulla Hahn
A sede entre os limites
Relógio d'Água, 1992
Tradução de João Barrento

Sem comentários: