Longe e acabado

Não tenho medo de sofás vazios
ficam na sala da minha lembrança
como adereços de uma vida acabada
Desde que te esqueci revive a esperança

Agora tenho outro à porta em certos dias
Deixo-o entrar levo-o para a minha cama
e passo-lhe a mão pelos cabelos
como tu me fazias

Gosto de ti como de um quadro de um poema
que o tempo torna nossos pessoais
Fazes parte de mim e tudo o mais
já está esquecido. Longe e acabado como tu.


Ulla Hahn
A sede entre os limites
Relógio d'Água, 1992
Tradução de João Barrento

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