Prelúdios, I

Instala-se, no Inverno, o fim da tarde
Com o cheiro dos bifes no corredor.
Seis da tarde.
As pontas ardidas dos dias de fumo.
E um aguaceiro agora, repentino, enrola
Os lixos enegrecidos
De folhas mortas em torno dos teus pés
E jornais que vêm de campos baldios;
Açoitam os aguaceiros
As persianas desfeitas, os fumeiros,
E, à esquina da rua, solitário
O cavalo de um trem de praça fumega e bate os cascos.

Acendem-se, depois, os candeeiros.



T. S . Eliot
Prufrock e Outras Observações
Assírio & Alvim, 2005
Tradução de João Almeida Flor

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