Espreitamos pela frente da loja enquanto
Blackie desenha estrelas - uma igual
concentração nesses rostos,
o seu e o do jovem. A mão
é firme e certa;
mas o rapaz não a vê
pois os seus olhos seguem o ponto
que toca (movimento rápido e escuro!)
um braço ainda puro abaixo
da sua manga arregaçada: sustém a respiração.
...Agora que está terminado, ele
paga com algumas notas a Blackie
e sai com uma ligadura no
braço, sob o qual cintilam dez
estrelas, pendendo de um cacho espesso
e azul. Agora ele é como as estrelas.
Thom Gunn
A Destruição do Nada e outros poemas
Relógio d'Água, 1993
Tradução de Maria de Lourdes Guimarães
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