Querubins

Rendidos ao mal e aos desejos,
amam o sangue e os turvos prazeres,
o vértice infinito dos lábios,
o perigo que espreita nas curvas.
Mas seu corpo é belo e sedutores
os olhos como ramos de lilases,
têm hortos escondidos nos lábios,
cálidos rios em sua pele nocturna.
Tudo se ignora da sua origem.
São uma raça estranha de formosos
fulgores. Larga dor de desejos.
Dar-lhes-ias a vida como ébrio,
porque há rosas de amor em seus lábios
e nada importa o mal em corpos belos.



Luis Antonio de Villena
Tradução A.M.

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