Estreitada por negras areias,
Grato à mão côncava
O mármore circular de uma coluna,
Gratos os finos labirintos da água
Por entre os limoeiros,
Grata a música da estrofe,
Grato o amor e grata a oração
Dirigida a um Deus que está sozinho,
Grato o jasmim.
Inútil o alfange
Perante as longas lanças dos inúmeros,
Inútil ser o melhor.
Grato sentir ou pressentir, rei doente,
Que as tuas doçuras são adeuses,
Que te será negada a chave,
Que a cruz dos infiéis apagará a lua,
Que a tarde que contemplas é a última.
Granada, 1976
Jorge Luis Borges
in História da Noite
Obras Completas, vol. III
Editorial Teorema, 1998
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
in História da Noite
Obras Completas, vol. III
Editorial Teorema, 1998
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
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