O dia de um doente

Durante todo o dia, um odor a tábuas podres, húmidas -
secam ao sol, exalando vapor. Os pássaros
por um momento olham do telhado e vão-se.
À noite, na taverna vizinha, abancam os coveiros,
comem peixinhos fritos, bebem, cantam
uma canção com muitas covas sombrias -
Lá de dentro começa a soprar um vento suave
que faz estremecer as folhas, as luzes e o papel nas estantes.


Giánnis Ritsos
Antologia
Fora do Texto, 1993
Tradução de Custódio Magueijo

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