Entranhas

O céu descai; agora que alguém fez
dos nossos corações refinarias,
o fumo irrompe dir-se-ia
que cheio de emoção das chaminés.

Aqueles a quem servem de entranhas as da terra
mal podem deslocar-se; até já não
haver senão céu contra o coração,
sobre eles põe subterrâneas nuvens o petróleo.



Luís Miguel Nava
Poesia Completa 1979-1994
Publicações D. Quixote, 2002

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