Neste jazigo insondável e triste
Onde o Destino me degredou já
E onde não entra um raio de alegria,
A sós com a Noite, companhia má,
Lembro um pobre pintor que um Deus trocista
Condenasse a pintar na escuridão;
Aqui, onde, com fúnebre apetite,
Cozinho e como o próprio coração,
Brilha e alonga-se num breve instante
Um espectro feito de graça e esplendor.
Plo seu porte oriental e sonhador,
Ao atingir proporção mais grandiosa,
Eu reconheço a bela visitante:
É Ela! negra e porém luminosa.
Onde o Destino me degredou já
E onde não entra um raio de alegria,
A sós com a Noite, companhia má,
Lembro um pobre pintor que um Deus trocista
Condenasse a pintar na escuridão;
Aqui, onde, com fúnebre apetite,
Cozinho e como o próprio coração,
Brilha e alonga-se num breve instante
Um espectro feito de graça e esplendor.
Plo seu porte oriental e sonhador,
Ao atingir proporção mais grandiosa,
Eu reconheço a bela visitante:
É Ela! negra e porém luminosa.
Charles Baudelaire
As Flores do Mal
Assírio e Alvim, 1992
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
1 comentário:
http://ajavardamentopoetico.blogspot.com/2010/03/padr.html
apareçam.
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