Desamor

Deito-me no centro das teias obscuras.
Quebro os espelhos, os belos cristais onde
o meu perfil se descobre,
incólume às navalhas.

Vales tanto, vida,
como esta cicatriz impura, respirando
entre as cinzas,
nesta cama de almofadas húmidas, com
as lágrimas caindo.



José Agostinho Baptista
Agora e na Hora da nossa Morte
Assírio & Alvim, 1998

Sem comentários: