Canção para todas que és

Não só o hoje fragrante de teus olhos amo
mas a menina oculta que lá dentro
olha a vastidão do mundo com redondo sobressalto,
e amo a estranha cinza que me lembra
num canto do tempo que o Inverno abriga.
A multidão de ti, a fuga de tuas horas,
amo tuas mil imagens em voo
como um bando de aves selvagens.
Não só teu domingo breve de delícias
mas também uma sexta trágica, quem sabe,
e um sábado de triunfos e glórias
que eu não verei nunca, mas louvo.
Menina e rapariga e jovem já mulher, tu todas,
encheis-me o coração e em paz vos amo.


Eliseo Diego
Tradução A.M.

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