Torres por terra! As árvores sem ramos!
Ó meus amigos! todos nós falhámos...
Nada nos resta. Somos uns perdidos.
Choremos, abracemo-nos, unidos!
Que fazer? Porque não nos suicidamos?
Jesus! Jesus! Resignação... Formamos
No mundo, o claustro pleno dos vencidos.
Troquemos o burel por esta capa!
Ao longe, os sinos místicos da Trapa
Clamam por nós, convidam-nos a entrar:
Vamos semear o pão, podar as uvas,
Pegai na enxada, descalçai as luvas,
Tendes bom corpo, irmãos! Vamos cavar!
Coimbra, 1889
António Nobre
Só
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