Tendo empurrado a porta estreita e oscilante
Deambulei depois no pequeno jardim
Docemente banhado plo sol da manhã,
Que polvilhava as flores com um brilho de cetim.
Nada mudou. Revi tudo: o caramachão
De vinha a envolver cadeiras de rotim...
O repuxo murmura o seu argênteo som
E o velho titubeia um lamento sem fim.
Palpitam como outrora, as rosas; como dantes,
Os lírios orgulhosos ao vento balançam.
No seu vaivém conheço ainda estas calhandras.
E encontrei de pé a estátua da Veleda
Com o gesso a desfazer-se ao fundo da alameda,
- Tão fino, entre o odor mortiço da reseda.
Paul Verlaine
Poemas Saturnianos e Outros
Assírio & Alvim, 1994
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
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