Junho
o inimigo dos cinzentos céus
d'inverno.
A quietude do campo
a tarde
sem vento, sem uma ferida.

Esta clareira ao sul do Tejo
a vida de junho
no enquadramento das altas
portas, abre
sobre a praça
a casa,
a alfazema esmagada

os teus passos a tua sombra
a tua sombra iniciada
sob o lado maior deste claustro
repete
a quase noite,
a ainda poeira da tarde.



João Miguel Fernandes Jorge
Pelo Fim da Tarde
Quetzal Editores, 1989

Sem comentários: