A espada morrerá como o racimo.
Não é mais frágil o cristal que a rocha.
As coisas são o seu porvir de pó.
O ferro é ferugem. A voz, o eco.
Adão, o jovem pai, é a tua cinza.
O último jardim será o primeiro.
O rouxinol e Píndaro são vozes.
A aurora é o reflexo do ocaso.
O micénio, a máscara de ouro.
O alto muro, a degradada ruína.
Urquiza, o que deixam os punhais.
O rosto que se olha agora ao espelho
Não é o de ontem. A noite gastou-o.
Modela-nos o tempo delicado.
Que sorte ser a água invulnerável
Que corre na parábola de Heraclito
Ou o intrincado fogo, mas agora,
Neste dia tão longo que não passa,
Sinto-me duradouro e desvalido.
Não é mais frágil o cristal que a rocha.
As coisas são o seu porvir de pó.
O ferro é ferugem. A voz, o eco.
Adão, o jovem pai, é a tua cinza.
O último jardim será o primeiro.
O rouxinol e Píndaro são vozes.
A aurora é o reflexo do ocaso.
O micénio, a máscara de ouro.
O alto muro, a degradada ruína.
Urquiza, o que deixam os punhais.
O rosto que se olha agora ao espelho
Não é o de ontem. A noite gastou-o.
Modela-nos o tempo delicado.
Que sorte ser a água invulnerável
Que corre na parábola de Heraclito
Ou o intrincado fogo, mas agora,
Neste dia tão longo que não passa,
Sinto-me duradouro e desvalido.
Jorge Luís Borges
Obras Completas
Editorial Teorema, 1998
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
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