ACORDO-TE, MANHÃ, P'RA TE DIZER
Que venhas, muito há a fazer, campos
Reclamam de Ceres seus cuidados, amplos
Estragos fez o gelo, oh, anda ver.
A terra a éter jaz, vem dar-lhe um beijo.
Não tardes, sobe aonde de alabastro
As nuvens joeiras por seu astro,
Ancinho delicado, mostram pejo.
Teu parâmetro veste, e aos vitrais
Desprende a sua cor, traz verde à mata,
Depõe as lantejoulas, pobres gemas,
Até a velha costureira as diz banais.
Vem, liberta os amantes das algemas
E mostra ao pescador a rica prata.



Daniel Jonas
Sonótono
Livros Cotovia, 2007

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