O cheiro da chuva inquinou os jardins
mulheres de Henry Moore sorvem os ares.
E tu alvejas-me, filho, camuflado
na recôncava brandura desses seres.
“Morta! estás morta!” rejubilas.
Entre os mágicos projécteis à deriva,
já crisálidas, já arcas no dilúvio,
pedem paz elas num sossegado corpo
com a terra, seus regos, suas relvas.
Naves nossas de regresso ao solo?
Luiza Neto Jorge
Poesia (1960-1989)
Assírio & Alvim, 2001
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