Alegria da sombra

É a sombra que apaga o excesso
da forma, a liberta dos ângulos estreitos
das linhas puras, lhe desce
o vestido pelo ombro

contenho o olhar. Uma ruga transitória
desenha-se a um canto e depois desaparece
com o seu esplendor corpóreo.
Nada predomina ou cresce para a luz
nenhuma violência a despe definitivamente
mas é por esse equilíbrio precário entre o vestido
e o ombro
que o sangue da tribo se divide.



Rosa Alice Branco
Monadologia Breve
Limiar, 1991

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