Voltaria a agarrar o maço de tabaco açoriano
e a cantar-te as músicas que ouvíamos
quando sobre os nossos ombros
terminava a costa de Espanha e se via
por dentro a máscara do sol que se despe
na parte interior das mãos com sal e areia.
Só
não encontro o nó aos rastos,
a corda que faria levantar de novo
a âncora e viajar sobre o teu
corpo atlântico e azul
como o dia em que ensinavas a natureza da
manhã rasgada dos olhos
a oferecer-me o vento
na imemorial passagem dos mares
das palavras celebradas e bebidas
na boca do horizonte,
frio e viajante como a liberdade.
Pompeu Miguel Martins
O livro do anjo
Quasi Edições, 2001
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