Ouço essa voz escrita, isso basta-me muitas vezes para adormecer. Lembro o cheiro
do café logo de manhã, ou ao entardecer, entre os insectos na varanda. O aroma
do tabaco. Estar descalço no chão. Nadar. Pão. Queijo. Dois livros, ou três. Uma cerveja
fora de horas. As estradas que nos esperam, as praias abandonadas, os mapas, a
nossa condição. Um dia num país, um dia noutro. Clarões no meio da escuridão.



Francisco José Viegas
A noite, o que é?
Quasi Edições, 2007

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