Acompanho-te para lá das disposições legais
E dos pareceres do bom senso.
Há limites para a submissão –
Mesmo o ordenamento das emoções
Chega a ser cruel no seu rigor.
Vivos, recolhemos as mãos para falar
Insinuando revelações e proximidades
Enquanto o céu se esvazia em silêncio.
O que procuramos é o jeito da pele e a cor
Dada pelos lotes de terreno abandonados
Que se tornaram logradouros espontâneos.
Nem sei do sentido de ir ou se vamos chegar.
Vejo-te ao meu lado
Com a surpresa de quem percebe a morte.
Rui Almeida
Lábio Cortado,
Prémio Manuel Alegre, 2008
3 comentários:
Parabéns ao poeta. O poema é belíssimo.
nos próximos tempo tenciono trazer mais novos poetas que aprecio. o Rui é alguém com amor pela palavra, isso é notório. orgulho-me de o ter aqui.
Muito obrigado aos dois! Abraços
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