o corvo e o barman

Morreria de sede
não fosse este fino
fontana fria:
entorná-lo é meu fado
até que um dia
lá vou pelas águas levado
que desgraça de pote
é caminho de riacho



ao cântaro da poesia
virá-lo não me é dado:
atiro-lhe pedras
suba-lhe o nível da água
mas o que vazio está
cheio de pedras fica
e só de pedras
com o tempo se aumenta.

Rui Lage
Corvo
Quasi edições, 2008

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