Arranja-me uns versos para o verão.
Coisas de areia, de memória
e sem futuro. Passos das tuas coisas
em volta, a luz perdendo
que guia o pescador, o turista
e o amante em aventuras com regresso
aos quartos onde repousa para o fim
a escassa vida.
Escreve como quem descreve quase
o fim do amor, da casa, do caminho
o teu ao meio-dia de Agosto
quase inteiro de sol
e outras poentes alegrias.
António Manuel Azevedo
As escadas não têm degraus 3
Livros cotovia, 1990
1 comentário:
Este poema levou-me para raízes de infância e adolescência algarvias, quando nem sempre se sabia se os poentes eram apenas preâmbulos de novas manhãs. Gostei.
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