eu sou um segredo que estremece
um livro aberto para crianças medrosas
sou o cemitério dos necessitados
mas não sou uma aparição
dizem
depois de eu ter adormecido no regaço de Rouhania
ele é filho da solidão
sabes
quando Nachoude, o velho pescador, morreu, levado
  pela espuma suja
fizeram-lhe um pomposo funeral
os gatos choraram
e o mar retirou-se a perder de vista e a lua velou muito tempo
  a sepultura


Tahar Ben Jelloun
Arzila, Estação de Espuma
Hiena Editora, 1987
Tradução de Al Berto

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