Sem possibilidade de fuga
habito a luz intensa da treva
e guardo, no olhar, a líquida sombra,
que sobrevive na memória dos barcos,
quando a madrugada se rasga,
devagar, na plenitude dos mastros.
Eu não sei a cor dos navios,
quando os marinheiros avistam as dunas
e o cheiro quente da areia arde em suas bocas.
Apenas sei a cor agressiva de meus olhos,
condenados à errância das sombras.
Graça Pires
não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos
Edição de autor, 2007
1 comentário:
sopra o vento suão ,trazendo novas de outros marinheiros.....
amei
.
um beijo
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