Quando a sair da juventude

Quando a sair da juventude, um dia separam-se. Nunca mais se viram. Apenas jeitos do corpo um do outro guardaram. Devem ter morrido pouco tempo depois, talvez junto de um rio, talvez junto da água a memória perdoe. As luzes fogem, encontram-se muito ao longe, ignoradas de homens para outros homens prontos a morrer sem saber a quem chegarão as suas verdades, sua solidão, os restos azuis das chamas.



Joaquim Manuel Magalhães
Alguns Livros Reunidos
Contexto, 1987

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