atiro uma pedra à noite
a noite desfaz-se em aros
e há silêncio e solenidade
e trabalho o poema
com nova pedra na mão
mas não acuso tento salvar
aquilo a que me disponho
aquilo a que venho
sem temas nem fios
frente à grande boca da noite
com fome de nomes de coisas
maiores do que nós
que adormecemos sem querermos
na pouca luz que faz.



Ana Salomé

Sem comentários: