As noites de solidão sob as estrelas No vazio do teu quarto
A casa encaixotada O soalho E as horríveis linhas paralelas até
à parede
O nada absoluto Que te faz vomitar e te tortura
Nessa letargia de junkie sem tempo Fora do tempo
Tudo por um grama de pó
Não era isto a revolução
Não era esta a liberdade lisérgica que te estava prometida
E as cinzas vermelhas dos teus olhos Em contrabando de afectos
Sentindo o vácuo E o medo de não ter a merda do pó De acordar
sem a merda do pó
Os músculos rígidos O poderoso nó no estômago Que te faz saltar
as tripas
O medo de não poderes fugir de ti De não conseguires esquecer
esse corpo
Tudo por um grama de pó
Não era isto a revolução
Não era esta a liberdade lisérgica que te estava prometida
Esse corpo que já não serve para nada Retalhado na sua
cosmogonia
Que te tortura na sua inactividade Que te prende agora ao
quotidiano metálico da prisão
Morto nos odores da humidade Dejecto pútrido Esperma
Em valsas sonhadas no ressonar da noite de cimento que te
envolve
A casa encaixotada O soalho E as horríveis linhas paralelas até
à parede
O nada absoluto Que te faz vomitar e te tortura
Nessa letargia de junkie sem tempo Fora do tempo
Tudo por um grama de pó
Não era isto a revolução
Não era esta a liberdade lisérgica que te estava prometida
E as cinzas vermelhas dos teus olhos Em contrabando de afectos
Sentindo o vácuo E o medo de não ter a merda do pó De acordar
sem a merda do pó
Os músculos rígidos O poderoso nó no estômago Que te faz saltar
as tripas
O medo de não poderes fugir de ti De não conseguires esquecer
esse corpo
Tudo por um grama de pó
Não era isto a revolução
Não era esta a liberdade lisérgica que te estava prometida
Esse corpo que já não serve para nada Retalhado na sua
cosmogonia
Que te tortura na sua inactividade Que te prende agora ao
quotidiano metálico da prisão
Morto nos odores da humidade Dejecto pútrido Esperma
Em valsas sonhadas no ressonar da noite de cimento que te
envolve
Adolfo Luxúria Canibal
Nus
Cobra, 2004
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