Para quê escrever um nome nas paredes,
manchar com torpes traços a brancura
deslumbrante, impoluta, do nada?
Para quê este vão empenho de ir deixando sinais,
de escrever na areia, ao abrigo do vento,
triviais misérias que te conformam a vida?
Sobre as linhas teimosas que esboçam um rosto
há-de passar a mão piedosa dos anos
apagando letras, sílabas, palavras sem sentido.
O papel em que escreves voltará a estar em branco.
E haverá ventura maior do que não ter sido?
José Luis García Martín
El pasajero (1992)
Tradução A.M.
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