Mortal, anjo E demónio, ou seja, Rimbaud,
Mereces o primeiro lugar no meu livro,
Apesar do boçal escriba que te chamou
Ébrio liceal, devasso imberbe, monstro a abrir.
Fumo em espirais de incenso, acordes de alaúde
Alegram-se ao entrares no templo da memória
E o teu nome radioso cantará em glória,
Porque me amaste como foi preciso, em tudo.
Mulheres verão em ti um jovem muito forte,
Belo, de uma beleza rústica e perversa,
Desejável, com a tua indolência atrevida!
E a história esculpiu-te a triunfares da morte
Fruindo até aos puros excessos a vida,
Com os teus brancos pés na cabeça da Inveja!
(Dedicácia)
Mereces o primeiro lugar no meu livro,
Apesar do boçal escriba que te chamou
Ébrio liceal, devasso imberbe, monstro a abrir.
Fumo em espirais de incenso, acordes de alaúde
Alegram-se ao entrares no templo da memória
E o teu nome radioso cantará em glória,
Porque me amaste como foi preciso, em tudo.
Mulheres verão em ti um jovem muito forte,
Belo, de uma beleza rústica e perversa,
Desejável, com a tua indolência atrevida!
E a história esculpiu-te a triunfares da morte
Fruindo até aos puros excessos a vida,
Com os teus brancos pés na cabeça da Inveja!
(Dedicácia)
Paul Verlaine
Poemas Saturnianos e Outros
Assírio & Alvim, 1994
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
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