Um cão ladra, monótono, insistente:
dois latidos que se repetem, quando
a noite se apresenta e uma criança chora,
por perto. Uma persiana fecha-se.
O cão prossegue. Por vezes, apenas um latido,
como se estivesse cansado. Mas persiste.
A noite é esse latido. Não a vida,
monótona, insistente, que procura outra
metáfora. Por toda a noite, um cão ladra.
José Alberto Oliveira
Nada Tão Importante Que Não Possa Ser Dito
Assírio & Alvim, 2007
Sem comentários:
Enviar um comentário