Em cada pedra escrevo a essência da pedra
não mais do que isso a essência da escrita.
Por detrás de mim um grande lago de peixes secos
e depois o murmúrio do nada ao alcance da mão.
Em cada pedra digo a voz e a voz é uma.
Despeço-me de mim num assomo de energia
e vejo ainda a terra toda
dissolvida na escrita perfeita da obra póstuma.
Rui Magalhães
As sombras paralelas
Limiar, 1993
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