Cabe em dedal de desmedidas águas
ou em vagem de permanentes ritmos
ou em anel de frágeis destinos,
toda a minha escrita.
De palavras disputadas ao vento.
De sílabas roubadas à noite.
De sonoridades resgatadas ao tumulto
do silêncio. Escrita ainda na boca guardada,
como em gaveta de indormidos ventos.

Paulo Ferreira Borges
Para tentear a desmesura
Difel, 2006

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