A bicicleta

Já não assobias à passagem dos barcos. Cada vez mais as mãos
recolhem aos bolsos. A bicicleta repousa, talvez para sempre
na velha garagem. Os húmidos campos amarelos sucumbem às
queimadas. Os dias, esses, impiedosamente azuis.
Só a música de fiozinho de luz te sustenta.



Mário Rui de Oliveira

O vento da Noite
Assírio & Alvim, 2003

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