Poema

O primeiro verso é para começar,
O segundo é o penúltimo do fundo.
O terceiro dá terreno para avançar.
O quarto vai rimar com o segundo.

O quinto prega-nos uma partida.
O sexto abate os custos de mais um terço.
O sétimo é conversa distraída.
O oitavo seriíssimo. Ou o inverso.

O nono conta o mesmo por inteiro,
O décimo é, se calha, a desilusão.
O undécimo é só o décimo primeiro,
O duodécimo é de nada a conclusão.




Gerrit Komrij

Contrabando - Uma antologia poética
Assírio & Alvim, 2005

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