2. raiz de pássaro

junto-me às velhas
que resmungam o terço


o cutelo do poema há-de
encerrar-me aqui, o poejo
à mesa o espaço da
tarde, um clarão que
perdura lá fora

porque
também eu tenho
uma meta
física,
chegar ao corpo de
deus

nas árvores
de passagem
o dia
abranda o pé




até que nenhuma palavra
eleita pela boca, no
momento em que deus reclame a
posse do mundo, olhos magros
a devolver imagens, alma
calando-se para sempre



deus virá à terra
ressuscintando os mortos
por uma bagatela


o frio terá mandíbulas
afiadas, magoando. desencantando
as serpentes

valter hugo mãe
três minutos antes da maré encher
quasi edições

Sem comentários: